Já fora de horas

sexta-feira, 31 de julho de 2009
Portas LEScancaradas
Parabéns, (Sa)Patrícia!! Para que te lembres que não és a única lésbica monhé neste mundo ^^

(vejam, vale a pena!)

Ser diferente

quinta-feira, 30 de julho de 2009
Portas LEScancaradas
Assim como muitas outras pessoas GLBT, também me lembro de me sentir diferente antes de descobrir. Não estou a falar de ser considerada maria-rapaz, ou confundida com um rapaz quando na casa-de-banho das meninas (se bem que também me aconteceu bastantes vezes), mas de algo um bocado mais profundo.

Quando, na primária, via as minhas colegas a delirar com rapazes, encolhia os ombros sem perceber muito bem e dizia para comigo “elas são parvas. Ainda somos tão novas para isto”. Podem crer que a minha mãe adorava que eu lhe dissesse isto (hoje era capaz de chorar). Adiante: passou a primária e veio a adolescência com suas hormonas, caindo por terra a desculpa do “sou muito nova”. As minhas amigas começavam agora a correr freneticamente atrás de todos os meninos que se dignassem a levantar os olhos da bola de futebol. Eu preferia em larga escala jogar com eles. A minha teoria teve de mudar, tornando-se num realista “eu não sou demasiado nova, mas eles sim. Os rapazes da minha idade são ainda demasiado crianças”.

Nos anos seguintes, o meu desinteresse perdurou e dei voltas à cabeça para perceber o porquê. As minhas justificações foram várias, desde o “se calhar só me interesso se um se fizer a mim. Como sou feia e nenhum se interessa, também não procuro” ao “devo ser assexuada”, passando pelo “aqui os rapazes são parvos, feios e cheiram mal. Não são rapazes a sério; os rapazes a sério devem estar noutro sítio e por esses sim vou sentir interesse”. Yup, minhas caras, pensei bastante no porquê de ser diferente, sem descortinar a resposta.

Nesse tempo todo, não me cabia na cabeça que pudesse gostar de raparigas, apesar de todos os indícios. Entre eles: os meus primeiros beijos (e não foram poucos) foram dados a uma rapariga antes sequer de ter entrado para a primária (para isso já não era muito nova!); nunca procurei ter amigos rapazes; tive algumas fixações muito intensas em amigas (hei-de desenvolver uma em especial); olhava com uma gigante admiração algumas mulheres, mas nunca o fiz com homens... Mas não, juntar as peças de uma maneira que contrariasse o que me tinha sido ensinado revelou-se muito mais difícil do que magicar teorias improváveis e desprovidas de sentido.

Entretanto lá voava a adolescência, aquele período belo e confuso onde são intensos os ardores e amores, as primeiras intimidades, as mais marcantes experiências...e eu parada, fechada num quarto a perguntar-me porque é que, apesar de querer viver isso como os meus amigos, não havia um único rapaz em quem pensar dessa forma não me desse uma certa náusea? Mortifiquei-me e odiei-me por ser diferente. Seria eu uma anormal? Confesso-vos que isto me moldou e que ainda hoje que me entristece pensar que não vivi nem explorei na altura em que deveria. Talvez por isso, ainda hoje sou diferente. Talvez por isso, sempre que vejo uma pessoa GLBT, sinto em mim o terno afago da esperança "serás também diferente?" Porque, bem cá no fundo, só quero ser igual.

Se eu ganhasse o Euromilhões...

quarta-feira, 29 de julho de 2009
0 Portas LEScancaradas
Doaria uma grande parte à ciência. Não feches já a janela, que eu estou a falar muito a sério! Os milhões de Euros teriam destinatários específicos: a equipa de Karim Nayernia, da Universidade de Newcastle, e outras equipas, espalhadas pelo globo, empenhadas no mesmo fim. Mas o que estarão estas pessoas a fazer de tal modo importante que me levaria a abdicar de comprar a minha ilha privada para lhes dar uma maozinha? Simples – estão a pesquisar no sentido de criar gâmetas (óvulos, espermatozóides) a partir de células indiferenciadas do corpo. Tal terá como principais beneficiários dois grupos de pessoas – os casais inférteis e (sim, acredita nisto!) os casais homossexuais. Fiz a minha pesquisa e, pelo que li, ainda há um grande caminho a percorrer (e algumas dúvidas, às quais já me vou referir), mas se a meta final deste trabalho for atingida e levada ao passo seguinte, será um dia possível criar em laboratório um óvulo com o material genético de um homem, ou um espermatozóide com o material genético de uma mulher. Isto, por sua vez, significa que poderão ser concepcionados bebés com dois pais biológicos ou duas mães biológicas. Já imaginaste? Depois de descobrires que és homossexual e, como tal, dificilmente alguma vez terás um filho biológico teu e da pessoa que amas, abre-se este caminho, esta possibilidade que, mesmo estando longe de ser uma certeza, pode dar-nos tanto.

Ora, em relação às dúvidas e problemas. A equipa de Karim Nayernia já conseguiu criar células “tipo-espermatozóides” a partir de células femininas sendo que, porém, estas células não estavam maduras (funcionais, prontas para a reprodução). Nayernia argumenta que não será possível criar espermatozóides viáveis, pois o cromossoma Y é essencial para a meiose da célula (basicamente, para a célula ficar com a quantidade de material genético necessária para a reprodução). Cá por mim, eu não desanimo com esta afirmação. Em primeiro lugar, porque apesar dos meus parcos conhecimentos de Biologia, não vejo porque uma célula XX não há-de fazer a meiose, já que o óvulo também a faz (não, não vou desenvolver mais esta parte, até porque creio que nem eu me perceberia bem a mim mesma). Em segundo lugar, não tenho a certeza se o Dr. Nayernia não terá proferido tal afirmação para acalmar os ânimos.

Passo a explicar: estas investigações estão a causar algum constrangimento, em especial por entre os homens, dado que se perspectiva uma revolução na reprodução humana e um mundo em que eles não são necessários para a mesma. De referir que, num futuro próximo, a mulher será sempre necessária para incubar o feto, mesmo que este seja filho de dois homens, mas se se criar uma incubadora que simule na perfeição todas as condições do útero, a mulher será igualmente “dispensável” da reprodução. Claro que isto é uma outra história que, a desenvolver, ainda demorará bastante e, por esta razão e também pelo grande ego masculino, os homens são aqueles que para já se sentem mais ameaçados.

Há cépticos e cépticas, sim, quer dentro do mundo das ciências quer fora dele. Li um artigo de opinião (acho que foi no Daily Mail) escrito por uma gaja homofóbica e totalmente “eu-quero-homens-para-ser-dona-de-casa” que me meteu algum nojo, a dizer “tal nunca será possível; nós precisamos do toque masculino; as sociedades matriarcais não são nada agradáveis...etc, etc, etc.” O que quer isto dizer? Que há gente a par destas pesquisas que receia que as mulheres, ao não precisar dos homens para procriar, abdiquem deles e seja a perdição dos XY. Pessoalmente, creio que isto não faz sentido nenhum, entre outras razões porque isso significaria que as mulheres, por deixarem de considerar os homens indispensáveis para a reprodução, tornar-se-iam todas lésbicas. A sério, é isto que está subentendido. Reparem – não estamos a falar de clonagem, por isso a mulher nunca se ia “reproduzir” com ela mesma. Se não se reproduz com ela mesma, só nos restam duas hipóteses, ou o faz com um homem, ou com uma mulher. Assumir que todas as mulheres iam escolher parceiras simplesmente por ser possível ter um filho com elas é, no mínimo, estranho quando vindo de uma mulher heterossexual e uma grande demonstração de medo e insegurança quando vinda de um homem.

É preciso ter calma e, antes de nos pormos com visões apocalípticas de como o mundo vai desabar, temos de ser coerentes e pensar de que forma é que estes desenvolvimentos, se bem utilizados, podem trazer uma alegria infindável àqueles que, independentemente do porquê, não conseguem hoje ter um filho com a pessoa que amam. Pessoalmente, estou a torcer com todas as forças não só para que estas pesquisas avancem e cheguem a bom porto como também para que a sociedade e as mentalidades evoluam um bocado entretanto, de modo a que possamos realmente usufruir dos seus resultados. Sabê-lo possível, mas impraticável por impedimentos de comissões éticas dirigidas por velhos do restelo seria morrer na praia.
Peço-vos desculpa pela longa seca, mas quis falar sobre este tema o quanto antes. Para que saibam. Para que pensem nisto e formem a vossa opinião. Para que espalhem, para que todos saibamos que pode vir a ser possível. Eu acredito. Boa noite.


FONTES (desculpem, faltam muitas):

http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI2300173-EI296,00-Butantan+tenta+criar+ovulo+a+partir+de+espermatozoide.html

http://ainserida.blogspot.com/2009/04/ovulo-dele-e-espermatozoide-dela.html

http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL1078497-5603,00-CIENCIA+COMECA+A+ABRIR+CAMINHO+PARA+FILHOS+BIOLOGICOS+DE+CASAIS+GAYS.html

http://www.telegraph.co.uk/science/science-news/3323846/Sperm-cells-created-from-female-embryo.html

http://blogs.timesofindia.com/erratica/entry/turn-of-the-screw

Celebridades - quem querias que fosse?

segunda-feira, 27 de julho de 2009
Portas LEScancaradas
Vamos sonhar um bocadinho: imagina que foste passear o cão no deserto (porque aí se torna fácil tapar o cocó com a areia =D) e encontraste a lâmpada do Gayladino. Esfregas, esfregas um bocadinho mais e o Gaynio aparece e diz que pode tornar homo/bi uma celebridade à tua escolha. Quem seria a tua vítima?

Aqui vai a menina que eu virava num ápice:

*Lene Marlin*




Outras vítimas já mencionadas:

*Eva Green*


*Kristen Stewart*

Sondagem - Orientação Sexual

sábado, 25 de julho de 2009
Portas LEScancaradas
Perguntava-me uma amiga outro dia "mas, afinal, que público visas atingir?". Isto com o pressuposto que escrever para pessoas heterossexuais será diferente de escrever para pessoas homossexuais. Até certo ponto, é verdade, pois muitas pessoas heterossexuais têm um contacto ínfimo com a homossexualidade, e somente através dos mitos, rumores, informações que lhes chegam. Alguns estarão próximos da realidade, outros não tanto, e gostaria de contribuir para que essas pessoas tivessem uma ideia mais acertada do que é a homossexualidade, quem são os homossexuais, o que pensam e como vivem (aqui há tantas respostas como há pessoas, mas há quem não saiba disto), com o que é que têm de lidar, etc...

No entanto, não pensei que fosse assim tão diferente escrever para um heterossexual relativamente informado em relação ao que escreveria para um homossexual, mas já me mostraram que é fácil um heterossexual sentir que "não pertence" quando se adopta um discurso mais fechado e mais extremo neste aspecto. Até um informado. Sou uma gaja um pouco orgulhosa, e a minha vontade é dizer "não sentimos nós que não pertencemos quando levamos constantemente com as tretas boy + girl = happy family???". Sei, porém, que não é assim que vou abrir os olhos a ninguém. Vou apenas criar um fosso maior, uma incompreensão mais marcada de parte a parte, e não é isso que queremos.

Esta sondagem (topo do blog!!) serve um bocado como levantamento de dados em relação à orientação do pessoal que lê isto (ainda somos pouquinhos, mas isto há-de levantar *cof*). A sexualidade não é algo taxativo nem imutável e um breve rótulo é muitas vezes insuficiente para definir o que cada pessoa prefere para a sua intimidade. Daí este post, onde os votantes podem comentar o porquê de acima terem colocado um certo "rótulo" e, já agora, como acham que este blog (outro blog, um site, uma revista, etc...) deve ter em conta as diferentes orientações sexuais na sua abordagem. E não me refiro apenas aos heterossexuais. Por exemplo, se eu me considerasse "indefinida" na minha sexualidade, será que me sentiria pouco identificada com um discurso que subentendesse "Homo, Hetero ou Bi - rótulo em tudo"? Talvez sentisse.

Quero saber o que pensam e, por isso, COMENTEM =)

A lesbian joke xD

quarta-feira, 15 de julho de 2009
0 Portas LEScancaradas
A young woman, in the course of her college life, came to terms with her homosexuality and decided to come out of the closet. Her plan was to tell her mother first; so on her next home visit, she went to the kitchen, where her mother was busying herself stirring stew with a wooden spoon. Rather nervously, she explained to her that she had realized she was gay.

Without looking up from her stew, her mother said, "You mean, lesbian?"

"Well... yes."

Still without looking up: "Does that mean you lick women down below?"

Caught off guard, the young woman eventually managed to stammer an embarrassed affirmative; whereupon her mother turned to her and, brandishing the wooden spoon threateningly under her nose, snapped:

"Don't you *EVER* complain about my cooking again!"

Homossexualidade - é pecado? é escolha?

2 Portas LEScancaradas
Encontrei este vídeo, um bocado longo mas muito educativo, com boas fontes em duas "temáticas" - a homossexualidade e a religião (afinal, quando nos dizem que é pecado, em que é que os heterossexistas católicos estão a basear-se? Onde está, na bíblia, que é pecado?) e a homossexualidade como escolha (genes, hormonas, ordem de nascimento, a teoria Psicanalítica...). Para quem quiser ter bons e apoiados argumentos contra os discursos homofóbicos.






Cristãos ferrenhos da bíblia, ai de vocês que eu vos apanhe a comer um hamburguer, vestir dois tipos de tecido diferentes ao mesmo tempo ou a trabalhar num domingo depois de mandarem vir com os homossexuais! Se é para levar os dogmas à letra, levem todos e comecem por vós próprios, não por impingi-los selectivamente aos outros.

Quanto à parte da homossexualidade masculina estar relacionada com o número de irmãos mais velhos, há uma teoria biológica que tenta explicar isso. Basicamente, uma das críticas que se faz à homossexualidade é a de ser, alegadamente, anti-natura, pois as pessoas homossexuais não vão procriar, não procurando perpetuar os seus genes. Ora, esta teoria vem dizer que o homem homossexual, ao nascer numa comunidade à partida com muitos homens (os irmãos mais velhos), abdica da competição sexual pelas fêmeas de forma a dar mais oportunidades à sua família próxima (irmãos, irmãs, etc) de perpetuar os seus genes. Ao mesmo tempo, foca a sua energia noutras coisas, providenciando um maior apoio para os seus irmãos, sobrinhos, etc... Como tal, o homem homossexual tem uma função de certa forma homeostática, estabelecendo um equilíbrio saudável na competição sexual e não deixa de ser importante na perpetuação dos seus genes, através da procriação da sua família. Se quiserem saber mais sobre isto, procurem ou comentem a pedir mais info, que tenho todo o prazer em dá-la! =D

A reacção da gaja à Ansiedade de Castração do nosso querido Freud é demais! ("You're kidding me, right?" LOL)... Ou então, sobre os indecisos, "I do know this girl named Heather who goes back and forth..." LOL

It's kinda wrong!

domingo, 12 de julho de 2009
Portas LEScancaradas
Aqui está a argumentação heterossexista posta (literalmente) por miúdos:



LOOOL


"First I didn't know it was a sin... but then I heard it on the news..."
- estão a rir-se? Pois, é assim que a maior parte das pessoas forma a opinião de que o casamento gay é errado. Simplesmente floreiam mais o discurso, o que está por detrás é o mesmo vazio.

"I used to be gay but then I decided it's wrong... And I stopped it... and now I'm very interested in girls" - yeah, right! LOL negação!

Gay marriage = "getting married to your hand!!" - sim, as minhas mãozinhas são pessoas... falam, comem, bebem, têm sentimentos, personalidade...costumam discutir uma com a outra... aliás, acho que são lésbicas, mas xiuuuuu!


O único argumento que ele dá fora o "It's a sin, god will punish you" é - "It's kinda wrong!"

A única coisa em que o puto tem razão - "It's your life and you can do whatever you want..." - aleluia!, meu caro. Não pedimos que gostem de nós, simplesmente que não se metam na nossa vida. Fica em casa a bater uma enquanto pensas em meninos, mas mesmo assim casa-te com uma gaja e torna-te a ti e a ela infelizes. Tudo bem, é a tua vida, não me vou meter ou tirar-te esse direito. Vou apenas abanar a cabeça e pensar "infeliz"! Agora, não venhas dizer-me a mim com quem estar, ou com quem sentir-me feliz...

Das duas uma, ou isto é totalmente a gozar, ou é mais um a ceder às exigências dos papás e a ficar numa negação constante. Hei-de dedicar um post inteiro às exigências dos papás, que tenho muito a verter sobre isso. Para já, deliciem-se com esta personagem xD

Ellen deGeneres vs. John McCain

Portas LEScancaradas


Em primeiro lugar - clap clap clap, Ellen!


EM segundo, veja-se a hipocrisia deste gajo que tem, logo à partida, a lata de aceitar ir a um programa de uma homossexual assumida, sendo totalmente contra os direitos dos homossexuais... é como dizer: "Sim, Ellen, vou ser amigável e tratar-te com todo o respeito, mas amanhã vou subir ao palco, agarrar num microfone e dizer para o mundo que os homossexuais são uns anormais e que não têm o direito de se casar".