Les Online

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
2 Portas LEScancaradas
Em Dezembro do ano passado foi publicado o primeiro volume da revista de cariz científico LES Online. Esta terá uma periodicidade semestral, com edições em Dezembro e Junho.

"O LES Online é uma publicação digital que tem como objectivo divulgar estudos e investigações de carácter científico, assim como projectos de intervenção e artigos de opinião, relacionados com as diversas vertentes da temática lésbica."

Devo dizer que devorei os artigos logo que tomei conhecimento, mas ainda não tive tempo para elaborar uma apreciação crítica de nenhum (me aguardem!). Contudo, posso adiantar que são óptimos e levantam questões bastante interessantes, além de darem uma perspectiva histórica de como os movimentos lésbicos têm evoluido em Portugal.

Deixo-vos então o link para que possam, vós próprias, ler os excelentes textos da LES Online! Por favor, registem-se como leitoras lá, pois serve como apoio para a continuação da revista. :)


Em: http://www.lespt.org/lesonline/
quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
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Dia Histórico - APROVADO!

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010
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Hoje, dia 8 de Janeiro de 2010, foi aprovada na Assembleia da República a lei que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo. 

A primeira palavra que me ocorre é "parabéns". A todos os que lutaram, a todos os que sofreram, a todos os que foram humilhados, a todos os que morreram sem conhecer este doce sabor. Aos homossexuais e bissexuais, mas também aos heterossexuais que têm lutado connosco. E parabéns também aos heterossexistas , que terão uma oportunidade para ir mudando a sua visão limitada do mundo.

Depois, vem o orgulho. O "Pride", sim, mas vai tão para além disso. Senti orgulho nas palavras de algumas pessoas que ouvi falar, pela empatia demonstrada. Quiçá fingida e estratégica, até certo ponto, pois não nos esqueçamos que estou a falar de políticos mas, mesmo assim, as palavras foram demasiado fortes para não ecoarem dentro de mim.

Tudo isto - e mais o resto - pode ser englobado num sentimento geral de felicidade, de paz, de fé. Sinto-me agora não uma pessoa mais completa, pois isto nada acrescentou à minha essência, mas sim mais reconhecida enquanto tal. Enquanto Ser merecedor de direitos, de respeito e de um reconhecimento que vai para além da mera tolerância. Será que o casamento vai, desde já,  acabar com a discriminação? É óbvio que não, não só porque ainda não há uma equivalência de direitos - falo da adopção -, mas também porque as mentalidades não mudam facilmente. Contudo, agora essa discriminação encontra menos apoio na Lei, o que nos dá algum poder e segurança para lutar contra as ideologias ocas daqueles com quem nos deparamos diariamente. Lentamente, há-de existir uma evolução.

A luta não terminou, mas aproveitemos ao máximo a vitória nesta grande batalha. A todos vós, parabéns.

Tegan & Sara vs. The Veronicas

domingo, 3 de janeiro de 2010
Portas LEScancaradas
Comecemos pelas semelhanças: Falamos aqui de dois duos musicais. Bons. Constituídos por gémeas idênticas. Boas. Tegan e Sara Quin, do Canadá; Lisa e Jessica Origliasso, da Austrália: meninas com bastantes fãs dentro da comunidade Lésbica. Porquê?
Em primeiro lugar, pela música, que além de boa tem sempre uma carga de alternativo, mas mesmo assim é apelativa à mainstream. Mais Indie no caso das meninas canadianas, mais rock/electrónico nas Veronicas. Em termos gerais, esta parece-me ser a "fórmula mágica" musical para chegar a muito do público lésbico.
Em segundo, temos os estilos de vestir das moças, originais e com elementos que tipicamente o pessoal da comunidade gosta de usar ou de ver outras pessoas usar. Falamos do estilo masculino, das calças e camisolas largas, dos cabelos curtos e diferentes, das gravatas ou, nas Veronicas, das roupas eminentemente femininas mas casuais e combinadas de modo criativo, expressivo e, por vezes, extravagante.
Por último, ambos os duos são declaradamente "gay friendly". Tegan e Sara são assumidamente homossexuais, o que obviamente as faz marcar pontos na comunidade. Contudo, esforçam-se por separar a sua sexualidade da sua música, algo que infelizmente julgo que não conseguem atingir na totalidade. Isto porque, parece-me, são sempre etiquetadas como "as tais gémeas lésbicas". Por outro lado, Lisa e Jess não são homossexuais, apesar de aqui e ali existirem rumores acerca de envolvimentos da Jess com mulheres. Porém, contrariamente ao que se passa com Tegan e Sara, as suas músicas e videoclips têm por vezes referências explícitas a atracção/desejo/envolvimentos entre mulheres. Segundo li, já participaram, também, em eventos GLBT, portanto thumbs up!

Essencialmente, dá-me a entender que Tegan e Sara tentam escapar um pouco à identificação tão forte que o público faz entre elas e a homossexualidade, numa tentativa de fazer valer a sua música por si só e não pela ligação à sua sexualidade. Lembra-me aquilo que acontece muitas vezes com actores que ficam demasiado ligados a um papel e temem ser eternamente reconhecidos apenas por isso e não pelo seu desempenho na totalidade, com a agravante disto nem ser um "desempenho", mas sim uma característica pessoal. É como a Pamela Anderson ser quase unicamente conhecida pelas suas maminhas, mas de facto esta personagem pouco mais fez do que passeá-las, quando Tegan e Sara realmente valem bastante enquanto senhoras da música e não apenas como homossexuais. Espero que consigam, com o tempo, atingir um patamar semelhante ao da Sarah Bettens, dos K's Choice, hoje em dia mais reconhecida pela sua excelente música do que pela sua sexualidade, apesar desta ser pública e assumida. Quanto às Veronicas, pelo que sei e fui lendo, não são tão automaticamente restringidas pelo público ao tema da homossexualidade, talvez por elas próprias não o serem. Por isso, à semelhança do que acontece, por exemplo, com a Madonna, creio que têm mais liberdade para bater nessa tecla através da sua música, sem sairem prejudicadas em termos de carreira ou projecção musical.

Enfim, quais as melhores? Nunca soube! Em suma, queria apenas deixar-vos boa música de dois grupos que, sem dúvida, merecem o nosso apoio.






É hoje!

domingo, 27 de setembro de 2009
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Mais um post perfeitamente off-topic... ou nem por isso.
É hoje! São hoje, hoje somos... Portugal.

Chamem-me ingénua, mas estou um pouco ansiosa.

Vá, para não ser tão off-topic assim, aqui deixo dois momentos do "Esmiúça os sufrágios".




Com isto passámos a saber que:

1) Ou Paulo Portas vive, todo ele, num mundo imaginário (Paulo no País das Maravilhas! yay!), ou tem um especial prazer em dizer parvoíces tão mal amanhadas que qualquer pessoa com mais de 12 meses de idade percebe que ele está a mentir... Cá para mim, desconfio que ele andou a tomar alucinogénicos para criar ali uma empatia e roubar eleitores aos partidos de esquerda...

2) A Manuela Ferreira Leite ainda não aprendeu que quando se defende uma ideia, deve usar-se os argumentos que suportam essa ideia, e não os que a refutam... Focou-se, e bem, no casamento enquanto "instituição" que, no âmbito das gerações futuras, serve mais para a reprodução de valores do que para a reprodução em si. Bravo, Manuela... Só te falta um bocadinho assim para chegares à brilhante conclusão - nós também podemos fazer isso.

E, com isto, enterraram-se os dois.